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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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O tricô e o crochê do Paiva

Artista supera desemprego e preconceito com sua arte produzida na praça XV de novembro


Produzir peças de tricô e crochê é o ofício de Jefferson Sérgio de Paiva, 39. Seu "chão de fábrica" é a Praça XV de Novembro, onde passa o ponto em um dos bancos de madeira em frente à fonte e sob uma das figueiras. Seus clientes são os amigos que fez e admiradores que conquistou quando passavam pela praça. Gastaram ao menos cinco minutos vendo ele, com paciência, juntando fio por fio até terminar uma toalha de mesa, por exemplo.

A cor negra em um corpo magro e dreads no cabelo cobertos por uma boina revelam uma filosofia de vida. "Prefiro não ficar por aí vagabundeando. Só não trabalha quem não quer", diz ele, que já teve a carteira de trabalho assinada por boas empresas de Ribeirão.

Foi assalariado como estoquista, bagagista, auxiliar de almoxarifado e porteiro. A última demissão veio de forma inesperada em 2004. Sobrou-lhe tempo para observar a avó no alpendre fazendo crochê. Aprendeu "no olho" e depois com a ajuda de revistas. "Para minha avó é um passatempo, para mim é uma empresa, meu ganha pão", fala.

Paiva diz não se preocupar com o preconceito que sofre o homem que faz tricô. Ele prefere "continuar tecendo para quem aprecia a arte e não empilhando caixas numa empresa".

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